Semad flagra desmatamento ilegal de 82 hectares em Abadiânia
Fiscais encontraram desmatamento em curso. Operador do trator disse que tinha licença para supressão, mas que não tinha como apresentá-la
Redação - Goiânia, GO
Flagrante de desmatamento em Abadiânia
Imagem: (Foto: Divulgação)
Fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) flagraram, na última segunda-feira (9), o desmatamento ilegal de 82 hectares de vegetação nativa em uma propriedade rural do município de Abadiânia, no entorno do Distrito Federal (e a aproximadamente 90 km de Goiânia).
A Semad descobriu a supressão irregular por meio do monitoramento feito em tempo real de imagens de satélite e enviou, de imediato, uma equipe de campo. Ao chegar no ponto indicado, iniciou sobrevoo de drone e encontrou o trato de esteira em funcionamento.
Na abordagem, a fiscalizalização da Semad requereu a licença ambiental e o operador da máquina alegou que o documento, embora existisse, estava com outra pessoa naquele momento.
Por não apresentar licença para supressão em curso, o responsável foi autuado no valor de R$ 128,6 mil. O valor corresponde ao desmatamento de 9,78 hectares em reserva legal, 0,065 hectare em Área de Preservação Permanente (APP) e 72,07 hectares em área fora de reserva legal e APP, além do corte de 1,8 hectare de árvores isoladas.
A Semad também embargou a área e o trator de esteira foi apreendido.
Números do desmatamento
Em novembro de 2024, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados do sistema Prodes alusivos alusivos ao desmatamento em todos os estados do Brasil entre 1º de agosto de 2023 a 31 de julho de 2024.
Em Goiás, na comparação com o período anterior, a redução observada foi de 48,8%. A área suprimida, em números absolutos, foi a menor desde 2001: 411,9 km².
Goiás foi o terceiro estado com maior redução percentual no bioma Cerrado em 2023/2024, atrás do Distrito Federal (-72,2%) e da Bahia (-63,3%), e imediatamente à frente de Mato Grosso (-29,5%), Minas Gerais (-27,6%), Mato Grosso do Sul (-22,2%), Maranhão (-15%), Piauí (-10%), Tocantins (-9,6%), e Rondônia (-8,1%).
Entre os estados em que houve aumento do desmatamento, destacam-se São Paulo (+112,8%), Paraná (+33,3%) e Pará (+14,2%).
Estratégia contra desmatamento
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, explica que os bons números são resultado de uma estratégia que vai além do estabelecimento de normas e da fiscalização constante.
“A fiscalização é importante, claro. Tanto é que estamos investindo constantemente em monitoramento de imagens de satélite e no fortalecimento das equipes de campo. Em 2023, por exemplo, o governador Ronaldo Caiado deu posse a 100 servidores aprovados em concurso para Semad. Mas nosso trabalho não se resume a isso. Estreitamos o diálogo com o setor produtivo, criamos programas e demos um salto de eficiência inédito na prestação de serviços”, explica Vulcanis.
A secretária lembra que o período gasto na tramitação de pedidos de licenciamento ambiental caiu de três a quatro anos para 45 dias, o que estimulou proprietários de terra a atuar na legalidade.
“E a tendência é que esses percentuais continuem a cair com os recém-criados Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e o Sistema de Reposição Florestal (Reflor)”, completa.
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