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Goiás: vítimas de golpes virtuais alertam para cuidados com compras na Black Friday

Empresária de Goiânia tenta derrubar site falso e perfil em rede social que foram criados por golpistas

Redação - Goiânia, GO

Golpistas criam perfis falsos de empresa goiana (Foto: Reprodução)

Golpistas criam perfis falsos de empresa goiana

Imagem: (Foto: Reprodução)

Com a proximidade da Black Friday, marcada para a última sexta-feira do mês de novembro, dia 29, especialistas alertam para os cuidados com os golpes que costumam disparar nesta época do ano.

Em Goiânia, uma empresária está sendo vítima de golpistas que criaram site falso da loja de Goiânia e estão aplicando golpes em clientes. E uma jornalista foi vítima de um golpe ao tentar comprar livros em uma plataforma online. Tanto para lojistas, como para clientes, as fraudes geram prejuízos financeiros e revolta.

Em Goiás, apenas de janeiro a junho deste ano, o estado contabilizou 24.979 crimes praticados em plataformas digitais, segundo dados do Governo de Goiás. Ou seja, uma média de 138 casos a cada 24 horas; O número é 12,9% maior do que o levantado no mesmo período de 2023.

Golpistas criam perfis falsos de empresa goiana

A proprietária de uma adega em Goiânia é uma vítima recente de golpistas. Estelionatários criaram uma página falsa na internet se passando pela loja que, segundo a empresária, não vende online. Um site falso leva o nome da empresa Reserva 35.

Segundo a empresária, Gina Facuri, o golpe funciona da seguinte forma: “Eles têm um Instagram falso, que tem mais de 100 mil seguidores e eles fazem muitos anúncios no Brasil inteiro. Então, através dos anúncios, eles levam pessoas para um site que é falso, que não é nosso”, explica.

Nesse site, segundo Facuri, golpistas incluíram fotos e logos reais para dar aparência de legalidade ao site fraudulento. “Tem foto minha, tem oferta, tem produto que é de R$ 220 por R$ 80, por exemplo. Produto que é R$ 1 mil, eles vendem lá por R$ 500. O site tem até o nosso CNPJ, nosso endereço. Porém na hora do cartão [realizar o pagamento] o CNPJ que aparece é outro”, revela a empresária.

Adega acumula prejuízos e reclamações de clientes

Ainda segundo Gina, os golpistas mandam até nota fiscal das supostas aquisições, como se a compra realmente sido efetivada. Mas, só após o pedido não ser entregue que os clientes descobrem o verdadeiro perfil da loja, que tem cerca de 30 mil seguidores.

A loja ainda não tem uma estimativa do prejuízo, mas já recebeu mais de 500 ligações só por meio de aplicativo de mensagens de gente de fora da capital que está esperando receber o produto.

Gina Facuri afirma a adega perde o movimento de Black Friday em razão dos golpes. “A gente está perdendo a credibilidade no mercado e é um trabalho que a gente faz há quatro anos. Eu vivo por essa loja, eu acordo todos os dias, a gente abre e fecha todos os dias a loja, eu abro domingo, sábado, feriado, não tem dia que não abre para vender, entregar para o cliente. A gente está perdendo todo nosso nome por causa desse golpe” desabafa a empresária.

Advogados que representam a empresa já procuraram a delegacia para registrar ocorrência e tentar ainda tirar o site fraudulento do ar.

Compra de um livro tornou-se dor de cabeça

A Jeniffer Jacob, jornalista de Goiânia, há cerca de um mês, ela estava em uma rede social quando viu o anúncio de um livro cristão famoso. “A promoção era bem vantajosa. A promoção, senão me engano, era dois boxes com esse Café com Deus Pai. E nesse box vinha mais algumas coisas, bloquinhos, canecas. E o valor era de R$ 150,00. Achei barato”, explica.

“Num primeiro momento eu até pensei assim: Nossa, tá muito barato! Será? Mas você aí você fica naquela. É um meio evangélico, não é possível que vai ter golpes, fraudes”, afirma.

Objetivo era ficar com um livro e dar o outro de presente. “Comprei e já fui ao meu e-mail, com o objetivo de verificar a data de entrega para dar de presente. Fui ao e-mail e nada de chegar [notificação da compra], tentei procurar o site que havia acessado e comprado e nada”, explicou a jornalista.

Por segurança, caso precise fazer acompanhamento ou alguma reclamação, a jornalista sempre tira prints da tela do computador quando está efetuando compras online. Com as provas ela procurou uma amiga que trabalha em um órgão de proteção ao consumidor e seguiu as orientações para tentar ressarcimento do valor pago pelos livros que foi efetuado via Pix.

A amiga pesquisou sobre a loja e viu outras reclamações no site Reclame Aqui. E a orientou entrar com reclamação no site contra a empresa que vendeu os livros para tentar o ressarcimento, já que nos comentários muitos tinham comentado que conseguiram resolver procurando a empresa.

“No Reclame Aqui a avaliação da empresa era que eles respondiam rápido e foi mesmo, chegou a informação no meu e-mail que iria me ressarcir e deu certo. Eu tive essa sorte de conseguir o ressarcimento, diferente da maioria, acredito” disse a jornalista.

Depois do susto a jornalista mudou a forma de ver promoções e fazer compras online. Agora ela não clicou mais em links de promoções anunciadas em redes sociais. “Toda vez que quero um produto procuro o site oficial pra evitar dor de cabeça”, conclui.

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