É o caso do moonshine, produzido principalmente de forma ilegal nos Estados Unidos desde a Revolução Americana
Tipo de whisky não envelhecido, El Miraculoso Calibrador de Mira de Widowmaker Joe tem rótulo inspirado em boticas antigas e filmes de faroeste
Redação - Goiânia, GO
O moonshine brasileiro feito pela cervejaria Juan Caloto em parceria com a Geest
Imagem: Foto: Juan Caloto/Divulgação
Alguns destilados têm uma história repleta de lendas e causos tão interessantes que mesmo quem nunca provou um gole da bebida em si já ouviu falar. Como o absinto, combustível para a criação de poemas e quadros na Europa do final do século 19. Ou o aquavit norueguês, colocado em barris no porão de navios para que o movimento das ondas e a alta umidade acelerassem a maturação.
É o caso do moonshine, produzido principalmente de forma ilegal nos Estados Unidos desde a Revolução Americana. Originalmente um tipo de whisky não envelhecido, de cor clara e base de malte de cevada ou milho, passou a ser feito com uma variedade de grãos diferentes, sempre à noite, para driblar a vigilância. Com as condições precárias e o uso de ingredientes baratos, dá para imaginar a qualidade dessa bebida. Nos últimos anos, no entanto, conquistou o interesse das destilarias artesanais, que desenvolveram versões mais caprichadas (e menos nocivas à saúde, com certeza).
Agora, o moonshine ganha uma limitada edição nacional. El Miraculoso Calibrador de Mira de Widowmaker Joe, produzido pela cervejaria Juan Caloto em parceria com a destilaria Geest, é feito com cevada maltada, centeio e milho (dois grãos muito usados nos whiskies americanos), além de malte turfado (matéria vegetal decomposta pela água, a turfa é adicionada ao processo de queima para acrescentar sabores levemente defumados e, em alguns casos, marítimos e salgados) vindo da Escócia, da tradicional região de Islay.
“O moonshine, tradicionalmente, era feito com qualquer álcool. Para um americano, poderia ser água e açúcar fermentado. O nosso tem malte, fizemos a destilação controlada da maneira como se fôssemos envelhecer, evitando subprodutos não desejados nesse processo”, afirma Marcelo Maaz, fundador da Geest e sócio da Juan Caloto. “Então, mesmo os moonshines americanos artesanais têm mais gosto de álcool, talvez um pouco de cereal. O nosso vem carregado de sabor”.
Essa primeira versão é totalmente não envelhecida, o que permite uma apreciação da turfa de maneira mais natural, já que normalmente os whiskies turfados são envelhecidos e o sabor é mesclado com a mesclado com a madeira. Mas há intenção de lançar versões posteriores, envelhecidas, mostrando a evolução dos sabores ano a ano. “As pessoas vão poder provar como funciona esse processo. Em breve queremos começar a envelhecer. Pode ser em seis meses, se for uma barrica virgem, ou mais tempo, um ano, se usarmos barricas de vinho, algo assim”, diz o sócio Felipe Gumiero.
Fonte: Veja
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