Uma das características inovadoras do Mané é o atendimento híbrido, que mescla o autosserviço (compra e retirada no balcão das operações) e pedidos à mesa.
Ainda em soft opening, mercado esteve lotado nos primeiros dias de operação e promete marcar a história da gastronomia brasiliense
Redação - Goiânia, GO
Mané também ajuda a levar o público para as operações dos chefs que estão fora do complexo. “É um vetor de divulgação das casas e isso é bom, porque s
Imagem: Foto: Divulgação R2
O Mané já está entre nós. Variado, dinâmico, plural, democrático e inovador, o projeto que reúne mais de 20 nomes da gastronomia local ainda nem foi inaugurado oficialmente e já levou milhares de brasilienses à vizinhança do Estádio Nacional de Brasília. A primeira semana, que se pretendia ser de testes operacionais, acabou sendo intensa e desafiadora. “Era para ser um soft opening, mas o público surpreendeu”, disseram-me vários dos envolvidos no projeto, que surgiu há uns três anos nas cabeças dos sócios do Grupo R2.
A empresa de entretenimento que mais tem surpreendido Brasília nos últimos anos, com eventos como o Na Praia e a festa Surreal, encabeça o espaço perene, de 4 mil m² e 800 lugares, que valoriza a gastronomia local e a identidade brasiliense. “Há pelo menos dois anos, a R2 não conseguia se conectar com o público, por isso, acredito que a primeira semana foi o reflexo dessa saudade das pessoas de sair, se reunir, conhecer um lugar diferente e estar com a gente”, diz Rick Emediato, um dos sócios do grupo.
Nos primeiros dias de funcionamento, o brasiliense levou a família e até os bichos de estimação mais inusitados ao espaço. “Teve até periquito, porquinho e uma galinha. Essa é a energia. Queremos receber todo mundo. O Mané é descolado, divertido, tem a identidade da R2”, afirma o empresário.
Com um investimento de pelo menos R$ 10 milhões, somados os aportes do grupo e das marcas envolvidas, e a geração de pelo menos 350 empregos diretos, o Mané aproveita a estrutura do anexo do Ginásio Nilson Nelson, construído para dar suporte aos Jogos Panamericanos de 2007 e que estava sem uso e sucateado. Foram alguns meses para definir o projeto arquitetônico, mais cinco meses de obra. “O mercado tem a estética de Brasília, mas a identidade visual é muito colorida. Já a vírgula que usamos após o nome é para trazer essa ideia de pausa. O Mané é o respiro num dia de trabalho”, analisa Emediato.
Enquanto isso, uma curadoria tratou de escolher os chefs de cozinha que fariam parte dessa história. “Todos apostaram muito no projeto, investiram bastante energia. A inovação maior é realizar. Muita gente sonha, quer fazer coisas por Brasília, só que colocar de pé é o nosso DNA”, diz Emediato.
Responsável pela escolha dos nomes, a chef Renata Carvalho diz que se surpreendeu com o movimento inicial do Mané e que o público tem respondido bem à proposta. “Os chefs fizeram tantos pratos especiais para este espaço que os clientes começaram a vir. O que a gente tem feito é explicar que estamos ajustando o serviço, o tempo de entrega do produto e as pessoas estão entendendo. Fomos abraçados por Brasília num nível em que todo mundo que cozinha aqui está muito satisfeito”, afirma Renata.
Para ela, o fato de estar centralizado, num lugar por onde passam 150 mil carros por dia e em que a oferta de boa comida não consegue suprir toda a demanda, fez com que o local já seja bastante procurado. “Creio que existe uma demanda reprimida e juntar tanta gente boa de cozinha num mesmo lugar é o que fez o sucesso dos primeiros dias”.
Ela destaca que o fato de estarem no Mané também ajuda a levar o público para as operações dos chefs que estão fora do complexo. “É um vetor de divulgação das casas e isso é bom, porque sofremos muito com a pandemia. O nosso segmento foi muito afetado, então ver o Mané lotado e ajudar a encher as casas que acreditaram neste projeto é para ficar muito feliz”, analisa Renata.
A chef também analisa o caráter vivo do Mané, no sentido de o espaço comportar novas ideias de receitas, e comemora as vendas da Ricco Burger, especialmente do sanduíche criado especialmente para o Mané. “Ele é totalmente diferente do que oferecemos desde o início da nossa história, sendo um smash burger inspirado no famoso Quarteirão. A aceitação foi incrível. Vendemos 500 unidades, sendo que temos mais cinco burgers no cardápio”, destaca a chef que já na próxima semana vai estrear um burger à cavalo em seu menu.
Com mais de 20 anos de experiência no mercado de gastronomia, o chef Gil Guimarães acredita que o Mané já mostrou a que veio. “Brasília tem uma ânsia por novidades e o fato de ser um lugar aberto e ventilado dá uma segurança para as pessoas. É interessante que temos muitos mercados, como o Ceasa, a feira da Ceilândia e do Núcleo Bandeirante, mas ainda não tínhamos algo com este conceito no coração da cidade”, conta ele.
Para o dono da Casa Baco, o público que já esteve no Mané compreendeu a proposta. “É claro que precisamos fazer ajustes, mas temos muita coisa boa aqui. Vai ser um lugar de sucesso, com alternativas para almoço, happy hour e jantar. É possível trazer qualquer pessoa do mundo aqui e ela vai gostar. Ao mesmo tempo em que temos uma comida regional, também temos pizza napoletana e comida peruana”, afirma ele, que desenvolveu quatro novas receitas para o espaço, entre elas o bolinho Capiau, inspirado no italiano arancini, mas com massa de canjiquinha, requeijão do sertão e linguiça caipira.
Outro que está feliz com os primeiros dias de operação é o chef Tonico Lichtsztejn, do Superquadra Bar. “Senti que o público em geral está curtindo e já comprou a ideia. No fim de semana, tivemos famílias no almoço, boêmios no meio da tarde e juventude à noite. Estamos no início da jornada, evoluindo e melhorando a cada dia que passa. Seja nas operações, quanto no mercado em geral. Estamos ajustando tudo, e muito breve estará tudo redondo”, afirma ele. Os assados preparados na parrilla estilo uruguaia estão entre os mais vendidos do mercado. “Estamos muito animados. Nossos pratos têm tido uma aceitação fantástica. Churrasco e cozinha de fogo combinam muito com o Mané”, diz o chef assador.
Para a confeiteira Duda Patriota, o Mané é um desafio e tanto. Ela, que abriu a primeira loja física em 2021, diz estar se adaptando à responsabilidade de figurar ao lado de tantos nomes consagrados no cenário da gastronomia local. “O projeto é lindo, incrível e extremamente empolgante. Estamos nos acostumando com a logística de ter uma nova loja, mas estou aqui com os melhores chefs de Brasília e com a R2, que é muito competente em tudo o que faz. Trouxe esse lado do café especial com maquinário importado e um menu reduzido. Estou chamando essa operação de Patozinha, porque vamos focar mais nas sobremesas”, afirma ela, que já está em cartaz com seus cookies e cheesecakes e promete para os próximos dias novos itens como o quindim de maracujá e a banoffee no copo, para complementar o menu do mercado e ao público considerado por ela bastante variado.
Fonte: Metropoles
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