Três Poderes: autor de atentado tinha plano para matar Moraes, diz ex
De acordo com a ex-mulher, o suspeito planejava o atentado há alguns meses fazendo buscas na internet de como conduzir o ataque
Redação - Goiânia, GO
Francisco Wanderlei tinha como objetivo de matar o ministro Alexandre de Moraes
Imagem: (Foto: redes sociais)
O autor do atentado com bomba na Praça dos Três Poderes na última quarta-feira (13), em Brasília, tinha plano para matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O relato é da ex-esposa de Francisco Wanderlei Luiz, ex-candidato a vereador em Santa Catarina, morto durante as explosões.
A mulher, identificada apenas como Daiane, revelou que Francisco vinha realizando buscas na internet sobre como conduzir o atentado há algum tempo. Quando questionado sobre suas intenções, ele confirmou que queria matar Moraes, mas nunca mencionou a ideia de tirar a própria vida. “Isso só aconteceu porque ele foi pego”, declarou.
A Polícia Federal colheu depoimentos de pessoas próximas ao autor, incluindo sua ex-esposa, Daiane, que confirmou que Francisco expressou intenção de atacar autoridades. Ela relatou que, nas semanas anteriores ao atentado, ele fez pesquisas sobre explosivos e atentados. Daiane também mencionou que Francisco adotou um discurso violento, adotando posturas mais radicais nos últimos meses.
Quem era Francisco Wanderlei Luiz
Francisco Wanderlei Luiz, ex-candidato pelo Partido Liberal (PL) em Santa Catarina, era conhecido por seu envolvimento com ideias extremistas e com ações políticas radicais. Durante a campanha, ele se posicionou como um defensor de valores conservadores, com apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, Francisco passou a participar de acampamentos golpistas, onde manifestantes pressionavam por uma intervenção nas instituições democráticas.
Após os eventos de 8 de janeiro, que resultaram em ataques à Praça dos Três Poderes, Francisco se radicalizou ainda mais. Durante as investigações em sua residência, a polícia encontrou documentos e objetos que indicavam apoio a esses grupos, além de uma mensagem de “limpeza” do país dos “inimigos da democracia”. Esses achados, juntamente com o seu planejamento do atentado contra Moraes, indicam seu envolvimento com movimentos extremistas.
Atentado na Praça dos Três Poderes: plano para matar Alexandre de Moraes
O ataque, que resultou em explosões próximas ao Supremo Tribunal Federal e ao Anexo IV da Câmara dos Deputados, causou danos materiais e gerou pânico na região. Francisco usou artefatos explosivos improvisados e os posicionou em pontos estratégicos. Testemunhas relataram explosões consecutivas, seguidas por uma densa fumaça nas imediações.
Francisco foi encontrado morto pouco depois do ataque, e as autoridades investigam a possibilidade de suicídio, pois ele possivelmente pretendia causar um impacto maior se conseguisse se aproximar dos alvos, como o ministro Alexandre de Moraes.
Homem que causou explosões na Praça dos Três Poderes usava roupa em alusão a ‘Coringa’
Investigação policial
A polícia investiga se Francisco Wanderley teve apoio de outros membros desses grupos para realizar o ataque. O depoimento de Daiane reforça a possibilidade de apoio logístico na execução de ações extremistas.
Após o atentado, o governo federal reforçou a segurança nas sedes dos Três Poderes em Brasília. A presença policial foi intensificada e novas barreiras foram instaladas para restringir o acesso às áreas dos prédios do Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Novas câmeras de segurança também foram colocadas em pontos estratégicos para monitorar atividades suspeitas e prevenir futuras ameaças.
As autoridades confirmaram que as forças de segurança permaneceriam em alerta máximo para garantir a proteção das instituições e a segurança de quem transita pela área.
Moraes condenou o atentado e reforçou posicionamento contra ações antidemocráticas
Em pronunciamento oficial, o ministro Alexandre de Moraes condenou o atentado e afirmou que os ataques contra as instituições democráticas não serão tolerados. Ele destacou que a resposta a esses atos seria rigorosa e que a pacificação nacional só será possível por meio da punição dos responsáveis.
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