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Secretária de Saúde e médico são exonerados após morte de paciente que recebeu superdosagem, diz prefeitura

Jovem morreu após receber uma superdosagem de medicamentos em hospital, onde deu entrada por uma crise de ansiedade.

Da Redação - Goiânia, GO

Vitória Cristina

Vitória Cristina Queiroz dos Santos, 21 anos, de Silvânia, morreu após dar entrada em hospital com crise de ansiedade

Imagem: Divulgação/Defesa da família

A secretária de Saúde e o médico investigados pela morte da estudante Vitória Cristina Queiroz dos Santos, de 21 anos, foram exonerados dos cargos. A Justiça determinou que a secretária Laydiane Gonçalves Ribeiro, o médico Murilo Dell Eugênio e a coordenadora de enfermagem do Hospital Municipal de Silvânia, Eliane Aparecida dos Santos, fossem afastados dos cargos.

A defesa de Murilo Dell Eugênio afirmou em nota que a dosagem de medicamentos receitada por ele não seria capaz de matar Vitória, além de alegar que ela fazia ameaças de se matar e que o processo possui ilegalidades.

A exoneração de Laydiane e de Murilo ocorreu na sexta-feira (1º). Em nota, a Prefeitura de Silvânia disse que colabora com as investigações, mas que não irá se pronunciar sobre o caso. De acordo com o Diário Oficial, a exoneração de Laydiane foi pedida por ela. Além disso, explica que Eliane é uma funcionária concursada do hospital e que ela não foi exonerada do cargo, pois, para ela, cabe apenas a decisão de afastamento.

O desembargador Wild Afonso Agawa, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), determinou o afastamento dos três investigados na sexta-feira (1º). A decisão é baseada no argumento do Ministério Público de que os suspeitos dificultaram a apuração da morte de Vitória. Além disso, autorizou a quebra de sigilo dos aparelhos celulares dos suspeitos.

“Quebra do sigilo telefônico, afastamento [por 30 dias] das funções e proibição de acesso às dependências do Hospital e Secretaria”, detalha.

Relmebre o caso

Por volta das 17 horas do dia 3 de julho, Vitória começou a passar mal com sintomas de crise de ansiedade e procurou o hospital de Silvânia, onde já era acostumada a ir quando apresentava esses sintomas. O advogado da família, Jales Gregório, afirma que apesar de nervosa, a estudante estava consciente e conversando.

No entanto, durante o atendimento, o médico passou os remédios fentanila e midazolam, que segundo o advogado da família, possuem a finalidade de intubação e não ansiedade. Além disso, segundo Jales, a dosagem prescrita era muito maior do que a recomendada. “Normalmente utilizam para entubação 1 a 1.2 microgramas de um dos remédios, por peso. Ela teria que tomar 50 microgramas, mas foram aplicadas 4 ampolas de 10 miligramas, 2 mil microgramas”, explicou.

Pouco tempo depois de receber a superdosagem, Vitória teve uma parada cardiorrespiratória e foi encaminhada para a UPA Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia. Lá, os médicos constataram um dano cerebral muito grande e, no dia 5 de julho, a transferiram para o Hospital Municipal de Aparecida. No local, no dia 9 de julho, os médicos confirmaram a morte cerebral da estudante.

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