Por unanimidade, Dilma Rousseff é eleita presidente do Banco dos Brics
Ex-presidente Dilma Rousseff foi eleita nesta sexta-feira (24/3) pelo Conselho de Governadores do Banco do Brics
Da Redação - Goiânia, GO
Ela fica no cargo até 2025
Imagem: Reprodução/internet
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi eleita nesta sexta-feira (24/3), por unanimidade, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), o Banco dos Brics. A instituição é gerida pelos cinco países que formam o bloco: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Os países membros do bloco se revezam na liderança do banco. O mandato brasileiro acaba em julho de 2025.
“Em 24 de março de 2023, o Conselho de Governadores do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) elegeu por unanimidade H.E. Sra. Dilma Vana Rousseff como Presidente do Banco, com vigência imediata, em total conformidade com o Contrato Social do Novo Banco de Desenvolvimento e os procedimentos de eleição do Presidente”, diz nota oficial do NDB.
Dilma ficará no lugar do também brasileiro Marcos Troyjo, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ex-secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais no Ministério da Fazenda de Paulo Guedes, Troyjo estava no posto desde 2020.
Ela assume o comando do NDB em Xangai, com salário superior a R$ 290 mil. A expectativa é de que a posse de Dilma seja na próxima quarta-feira (29/3), quando a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará na China.
A petista se reuniu virtualmente nos últimos dias com ministros das Finanças dos países do Brics, entre eles o também petista ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Os líderes compõem Conselho de Governadores do NDB, maior instância decisória do banco e são responsáveis por decidir a liderança da instituição.
Na Presidência do NDB, Dilma irá chefiar a equipe operacional, conduzindo, sob a direção dos diretores, os negócios do banco.
Perfil
Dilma tem 75 anos e é formada em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Foi presidente do Brasil por dois mandatos, sofrendo impeachment no segundo ano do segundo governo, em 2016.
Antes de chegar ao comando do Palácio do Planalto, foi ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil no governo Lula. Nesse período, presidiu o Conselho de Administração da Petrobras. Foi apelidada pelo presidente de “mãe do PAC”, pela estruturação do Programa de Aceleração do Crescimento.
Durante a ditadura militar, integrou organizações de esquerda e foi presa pela Oban (Operação Bandeirante), em janeiro de 1970, em São Paulo. Em fevereiro de 2023, o Tribunal Regional Federal 1 (TRF1), em Brasília, concedeu a Dilma a condição de anistiada política e o direito a uma indenização por danos morais de R$ 400 mil, por ter sido vítima de torturas e outras violações cometidas pelos militares.
Desde que saiu da Presidência, não assumiu nenhum cargo público. Foi derrotada no pleito de 2018, quando tentou se eleger senadora por Minas Gerais e não chegou sequer a disputar as eleições de 2022.
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