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Polícia Militar diz que agente de folga reagiu a uma tentativa de roubo. Policial que fez o disparo diz que só pode falar com ordens do seu superior, o comandante do 7º BPM.

Segundo testemunhas, Hiago Bastos, de 22 anos, e o policial teriam discutido depois que o trabalhador ofereceu seus produtos.

Redação - Goiânia, GO

Avó de Hiago chora ao saber que o neto foi morto

'Não sabia que oferecer bala é um crime', diz viúva de vendedor morto por PM que estava de folga

Imagem: Foto: Raoni Alves / g1

Um vendedor de balas morreu após ser baleado em frente à estação das barcas no Centro de Niterói, Região Metropolitana do Rio, no início da tarde desta segunda-feira (14).

Segundo testemunhas, um policial militar à paisana e o vendedor Hiago Macedo de Oliveira Bastos, de 22 anos, começaram uma discussão depois que o trabalhador ofereceu seus produtos.

"Quando os policiais chegaram no local, meu primo ainda estava com vida. Então, se tivessem retirado ele o mais rápido possível, dava para salvar a vida dele, mas infelizmente é vendedor de bala, é só mais um", lamentou Jonathan César, primo do rapaz.

De acordo com os parentes, a filha da vítima vai fazer 2 anos daqui a quatro dias e ele estava juntando dinheiro para fazer a festa da criança.

"Ele abandonou a vida errada pra ter uma vida boa, largou o crime. E hoje em dia vende bala para sustentar a filha de dois anos, que daqui a quatro dias vai fazer aniversário. Ele saía todo dia 5 horas da manhã para fazer o aniversário da filha. Era o sonho dele dar essa festa para a filha", disse o primo.

"Puxa nas câmeras para ver o que aconteceu. Ele foi abordar uma pessoa para vender bala e nisso o rapaz chamou ele de ladrão, falou que ele ia abordar pra vender bala e roubava o celular no bolso da pessoa. O policial ao lado ouviu e foi discutir com o meu primo. Meu primo é sujeito homem, debateu com ele de boca a boca. Ele meteu a mão na arma e deu um tiro só", relatou o rapaz.

Segundo a polícia, Hiago tinha passagens por tentativa de homicídio, desacato, furto, lesão corporal e outros crimes.

Pessoas que estavam no local tentaram fechar o trânsito e chegaram a incendiar um colchão na pista, mas o fogo foi apagado por policiais.

A irmã de Hiago, Andreza Bernardes, disse que se ele não estava armado e não oferecia risco à vida de ninguém, e nada justifica o tiro para matar.

Após a morte de Hiago, familiares e amigos dele foram para a porta das barcas para protestar. Eles se juntaram às pessoas que passavam pelo local e começaram a cobrar os policiais que cercavam o corpo do jovem.

Na confusão, um homem atirou um objeto na direção dos policiais. Os PMs reagiram jogando spray de pimenta na população e partiram na direção do rapaz suspeito.

Ao todo, quatro pessoas foram detidas no tumulto na entrada das barcas.

 

 

Fontes: G1

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