Oito trabalhadores vítimas de trabalho análogo à escravidão são resgatados em Nova Glória
Segundo SRTE-GO, trabalhadores nunca receberam salários, apenas vales de R$ 10 a R$ 50
Da Redação - Goiânia, GO

Foto do local
Imagem: Reprodução/internet
Uma operação realizada pela Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE-GO) resgatou oito trabalhadores em condições de trabalho análogas à escravidão em Nova Glória, na região central de Goiás. O proprietário da fazenda onde os trabalhadores foram encontrados chegou a ser preso. A operação foi realizada entre os dias 8 e 10 de maio, e os trabalhadores foram encontrados em condições subumanas.
De acordo com o SRTE-GO, a investigação mostrou que mesmo os trabalhadores mais antigos nunca receberam salários, apenas vales de R$ 10 a R$ 50. Além disso, o patrão descontava despesas como passagens de ônibus, gastos com moradia, aluguel, água, energia, gás e compra de alimentos. As pessoas resgatas também não tinham equipamentos de proteção individual e ferramentas adequadas para realizar suas atividades.
Pelas imagens feitas, foi possível verificar que o alojamento em que eles viviam não possuía camas, roupas de cama, armários individuais e nem locais higienizados para fazer as refeições. Os trabalhadores dormiam em redes ou colchões no chão e não tinham instalações sanitárias, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os trabalhadores mais antigos estavam na fazenda há pelo menos 10 meses e não tinham registro profissional. Eles eram provenientes do Pará, Mato Grosso e de outras cidades goianas.
Além de trabalho análogo à escravidão, o MTE afirmou que foram constatadas evidências dos crimes de aliciamento, retenção indevida de salários e tráfico de pessoas.
Patrão
De acordo com o MTE, o patrão tinha um caderno de anotações com despesas que supostamente pertenciam a cada funcionário. Ele fazia os trabalhadores assinarem notas promissórias das “dívidas” quando eles pediam para sair do trabalho.
O patrão foi encaminhado à delegacia de Polícia Federal de Anápolis e notificado para rescindir os contratos de trabalho dos oito empregados resgatados, fazer os pagamentos de verbas rescisórias e os salários de todo o período de trabalho, além de garantir o retorno deles aos estados de origem.
No entanto, o MTE disse que o homem se recusou a atender as exigências, dizendo que não reconhecia a dívida e que também não tinha condições financeiras.
Por isso, os auditores com verbas da União, compraram as passagens de ônibus para os trabalhadores voltarem para casa: cinco foram para São Miguel do Guamá (PA), dois para Anápolis (GO) e um para Barra do Garças (MT).
FALE COM A GENTE
Dúvidas, sugestões de reportagens ou denuncias envie e-mail para redacao@goiáscapital.com
Veja também

Justiça mantém fechada lan house com ‘dark room’ suspeita de exploração sexual
CYBER CAFÉ

Prefeito Rogério inaugura Parque Municipal Marcos Antônio Machado
Vale do Araguaia

Chacareiros flagram sucuris gigantes em Leopoldo de Bulhões (GO)
SUSTO