O Hospital Araújo Jorge, referência no tratamento do câncer em Goiás, anunciou que vai suspender – de forma temporária – o atendimento de radioterapia para novos pacientes encaminhados por outras instituições de saúde. A suspensão começa a partir da próxima segunda-feira (14). A medida foi adotada devido a uma falha técnica no acelerador linear Clinac 2100 CD, instalado em 1999.

“A equipe técnica, em conjunto com o Conselho de Administração, está empenhada na aquisição das peças necessárias para o reparo do equipamento. Os atendimentos já em andamento não serão prejudicados. Para ampliar a capacidade de atendimento e garantir a continuidade dos tratamentos atuais, o serviço de radioterapia, que antes funcionava 20 horas por dia, agora funcionará 23 horas por dia”, informou o hospital em anúncio no perfil oficial.

O Hospital Araújo Jorge é a única instituição do Estado a oferecer radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e segue operando com outros dois aceleradores lineares. Os atendimentos dos pacientes que já iniciaram o tratamento, especialmente os casos mais urgentes, estão mantidos normalmente.

“A gente tem uma expectativa de chegada dessa peça em 15 dias ao Brasil e depois mais os 10 dias para voltar ao funcionamento. Vamos redirecionar 30 pacientes para nossa unidade de Anápolis”, destacou Kleber Rosa, CEO do Araújo Jorge, que também afirmou que cerca de 50 pacientes novos serão afetados.

“A nossa expectativa é que a partir da segunda quinzena de maio tudo seja restabelecido. Nós estamos trabalhando intensamente para retomar essa situação o mais rápido possível e continuar com a nossa missão de cuidar dos pacientes”, concluiu Kleber.

A instituição já havia enfrentado desafios financeiros devido à falta de repasses da Prefeitura de Goiânia, que deve cerca de R$ 55 milhões ao hospital. Além de afetar a substituição de aparelhos, a falta de recursos financeiros também pode prejudicar a compra de medicamentos e pagamento dos profissionais.

O Hospital Araújo Jorge está mobilizando esforços para ampliar e modernizar o Serviço de Radioterapia, com uma primeira etapa do projeto orçada em aproximadamente R$ 15 milhões. A instituição busca apoio financeiro em todas as esferas do poder público para viabilizar a aquisição de um novo acelerador linear e garantir a continuidade e a ampliação do atendimento oncológico no Estado.