Foi dada a largada para a declaração do Imposto de Renda 2023. A partir desta quarta-feira (15), serão 77 dias disponíveis para o acerto de contas com a Receita Federal. Mas qual é a melhor data para o envio? A resposta, como muitas relacionadas ao IR, é que depende.

A entrega mais tardia da Declaração de Imposto de Renda das Pessoas Físicas (DIRPF) é vantajosa para quem tem um valor a ser restituído e não precisa imediatamente do dinheiro. Isso porque a restituição é corrigida pela taxa básica de juros, a Selic, que se encontra no maior patamar desde final de 2016, a 13,75% ao ano.

Para a especialista em finanças pessoais e professora da Escola de Negócios da PUC-Rio Graziela Fortunato, apesar de existirem opções mais rentáveis de investimento, a facilidade e a segurança do adiamento da DIRPF pode ser uma boa escolha.

— Não é todo mundo que tem uma educação financeira para conseguir um rendimento maior que a Selic — afirma. Para a especialista, quem entende um pouco melhor do assunto pode tentar antecipar a restituição para colocar em uma aplicação mais favorável.

Neste ano, para adiantar a restituição, a Receita incentiva o contribuinte a usar uma série de mecanismos para ‘furar a fila’ dos primeiros lotes. Entre eles, estão a utilização do modelo pré-preenchido da declaração e o uso do Pix como forma de receber o imposto pago a mais para a entidade tributária.

Além do melhor destino para a aplicação, Fortunato ainda orienta a antecipação da restituição para quem pretende quitar ou abater algum débito.

— Nenhuma dívida custa menos que a Selic ao mês, isso pode ter certeza — afirma a professora da PUC-Rio.

A restituição do IR 2023 começa no dia 31 de maio. No primeiro lote, a prioridade é de idosos com mais de 80 anos, seguidos de contribuintes maiores de 60 anos, deficientes, portadores de doenças graves e também pessoas que tenham o magistério como principal fonte de renda. Após eles, estão as pessoas que fizerem uso dos mecanismos propostos pelo Fisco.