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Após recurso, apenas um dos amigos acusados de matar jovem enfrenta júri popular em Goiânia

Polícia descobriu que o crime foi planejado com o objetivo de descobrir se uma das amigas era psicopata

Da Redação - Goiânia, GO

Acusado enfrenta juri popular em Goiânia

Ariane Bárbara tinha 18 anos quando foi morta a facadas e abandonada em mata

Imagem: Arquivo Pessoal/Eliana Laureano

Após recurso apresentado pela defesa, apenas um do grupo de amigos acusado de matar jovem após a chamar para lanchar enfrenta júri popular em Goiânia nesta terça-feira (13). O réu Enzo Jacomini Carneiro Matos, que usa o nome social de "Freya", será julgado pelo do tribunal do júri.

O outro réu que estava na lista do júri, Jeferson Cavalcante Rodrigues, será julgado em outra oportunidade, uma vez que o juiz Jesseir Coelho de Alcântara acatou pedido da defesa. Os advogados alegaram que a entrada de um documento no site do TJ-GO ocorreu somente no sábado (11) e não tiveram tempo hábil para estudar o processo.

A defesa de Raíssa Nunes Borges já conseguiu o adiamento do julgamento dela. Agora, Raíssa e Jeferson serão julgados em outra data a ser marcada.

A Polícia Civil apurou que o crime foi planejado com o objetivo de descobrir se Raíssa Nunes era psicopata. Ariane tinha 18 anos quando foi morta a facadas e abandonada em uma mata do Setor Jaó, em agosto de 2021

Enzo será julgado pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menor, porque o grupo convenceu uma adolescente a participar do crime.

Roteiro do júri:

Oitiva de testemunhas (sempre começa com as de acusação, que são seguidas das de defesa)

Interrogatório do réu

Prazo para debates (defesa e acusação)

Testemunhas do ministério público: 4

Testemunhas de acusação: 6

Testemunhas do Enzo: 2

O objetivo do crime era descobrir se Raíssa Nunes Borges era psicopata. Para isso, ela tinha que matar uma pessoa para avaliar a própria reação após o assassinato. Ariane Bárbara foi escolhida pelos amigos por ser pequena e magra. Assim, se ela reagisse, os três conseguiriam segurá-la com mais facilidade, segundo a polícia.

Os acusados do crime são:

Enzo Jacomini Carneiro (Freya): apontada como autora de facadas em Ariane dentro do carro;

Jeferson Cavalcante Rodrigues: usou o próprio carro para levar o grupo no passeio e depois jogar o corpo numa mata;

Raíssa Nunes Borges: a polícia disse que ela queria saber se era psicopata. Também é apontada como autora de facadas.

Uma adolescente foi apreendida à época do assassinato, mas o processo corre em segredo de justiça. Por isso, a reportagem não conseguiu informações sobre o depoimento e a participação dela.

Ariane desapareceu no dia 24 de agosto de 2021, após dizer para a mãe que iria se encontrar com os amigos para lanchar e que eles pagariam o lanche.

A mãe dela, Eliane Laureano, disse que a filha chegou a mandar uma mensagem de voz contando que voltaria para casa no mesmo dia, o que não aconteceu. No áudio, Ariane conta que estava muito animada para sair com os amigos

No dia seguinte ao desaparecimeto, a mãe registrou um boletim de ocorrência. Após três dias sem notícias da filha, ela procurou a imprensa para pedir ajudar na divulgação do caso. No boletim, consta que a menina contou que ia para a casa dos amigos, que ficava no setor Jaó, mesmo bairro em que foi encontrada morta.

O corpo de Ariane foi encontrado pela Polícia Civil sete dias depois, em estado avançado de decomposição, na manhã de 31 de agosto de 2021, em uma mata. A Polícia Técnico-Científica informou que a identificação foi feita por meio de impressões digitais.

Segundo o delegado Marcos Gomes, que investigou o crime, os amigos continuaram agindo e fazendo posts nas redes sociais "como se nada tivesse acontecido" dias após o corpo ser encontrado.

Como foi a morte

Segundo a polícia, o crime foi planejado um dia antes e seguiu uma espécie de ritual elaborado pelos amigos. O delegado Marcos Gomes explicou que eles escolheram fazer tudo dentro do carro de Jeferson Rodrigues e escolheram uma música que falava sobre homicídio para tocar durante uma conversa entre eles.

No meio da música, Jeferson, que dirigia o veículo, estalou os dedos. Esse era o sinal para que Ariane fosse morta.

O delegado contou como o grupo se organizou:

Jeferson ficou responsável por levar o carro, forrar o porta-malas com sacos de lixo (para levar o corpo até o local onde ele seria deixado).

Segundo o delegado, primeiro Enzo enforcou a vítima, depois ela foi esfaqueada;

As investigações apontaram que, em seguida, o corpo foi colocado no porta-malas e deixado em uma mata - Jeferson foi flagrado caminhando pela região na noite do crime.

Ainda de acordo com a polícia, o grupo saiu para lanchar logo após o crime e continuou convivendo normalmente, inclusive fazendo publicações em redes sociais.

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